As mudanças nos hábitos de consumo e o impacto no agronegócio

As mudanças nos hábitos de consumo e o impacto no agronegócio

20
abr

A Revolução Verde, promovida através de políticas públicas e de incentivos pelos Estados Unidos e Europa, visando incrementar a produção agrícola de modo a garantir que não tenha a mesma escassez enfrentada na primeira metade do século XX, assim inaugurou a fase fordista da agropecuária.

Esse modelo de produção, marcado pela padronização de processos e oferta em larga escala de commodities, foi predominante da década de 1960 a 1990, quando teve inicio uma mudança no perfil do consumo em andamento ainda hoje.

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Inicialmente, foram os consumidores dos Estados Unidos, Europa e Japão que passaram a ser mais exigentes quanto à qualidade e modo de produção dos alimentos, inaugurando a era das certificações na agropecuária, com um boom dos alimentos orgânicos.

Hoje essa tendência antes restrita aos centros mais desenvolvidos ganha corpo entre consumidores de outras regiões, como no Brasil, bem como encontra outras agendas, como a ambientalista, agora encampada pelo líder da maior potência mundial, o que promete aumentar a importância de algumas certificações no agronegócio.

 

Carbon Free: produzindo sem emissões de carbono

Em novembro de 2019, 11 mil cientistas do mundo todo, assinaram um documento decretando a emergência climática. O movimento foi endossado pelo Parlamento Europeu, que no mesmo mês decretou estado de emergência climática nos membros da União Europeia. Desde então a adesão vem sendo crescente, embora ainda lenta.

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Os primeiros movimentos de Joe Biden na presidência dos Estados Unidos indicam que em breve os norte-americanos devem seguir o mesmo caminho. Vale reforçar ainda que Biden, ao contrário de seu antecessor, se comprometeu com o multilateralismo bem como deve retomar o alinhamento com a União Europeia, abalado no último período.

É preciso ter clareza que todo esse cenário terá impacto direto em como o comércio mundial e jogado. E não adiante reduzirmos a questão ao protecionismo. Embora esse aspecto seja evidente está longe de ser o único fator motivador. O mundo está mudando cada vez mais rápido e nada indica que vá seguir em direção contrária. Sendo assim, é preciso se adaptar.

Um dos principais aspectos a serem atacados nas próximas duas décadas é a redução na emissão de gases estufa que aceleram o aquecimento do planeta, uma vez que prejudicam a dissipação dos raios solares. Ao que cientistas indicam, entramos em um estágio que esse problema precisa ser enfrentando de frente e de forma efetiva.

Trabalhar para reduzir a emissão de gases no agronegócio, contudo, não deve ser visto como uma questão de imposição por política pública, mas por estratégia de negócio. Primeiro, pois quanto mais o clima ficar imprevisível maiores serão os custos de produção, perdas e prejuízos no agronegócio.

Segundo porque essa é uma forma de agregar valor ao seu produto e manter aberta as portas do mercado externo, que será mais rígido quanto a esse aspecto.

A Minerva Foods, uma das mais tradicionais empresas do agronegócio nacional, por exemplo, anunciou recentemente seu plano para zerar as emissões de carbono de sua operação até 2035, 15 anos antes do exigido pelo Acordo de Paris. O investimento para alcançar tal feito será na casa de R$ 1,5 bilhão, realizados gradualmente.

COP 21 - 30 nov 2015 - Líderes de Estado - Dentre Obama e Merkel

Um gigante como a Minerva Foods não realiza investimento nesse valor sem a certeza do retorno que a ação trará para o produto, marca e mercado. É um movimento para se acompanhar de perto, assim como seus impactos.

O certificado de Carbon Free agregará valor aos produtos da marca e a manterá em condições de atender consumidores cada vez mais exigentes, preocupados com o meio ambiente e dispostos a pagar mais por produtos mais sustentáveis.

Negar esse cenário e focar apenas no mercado presente, sem se preocupar com um futuro que já bate a nossa porta é uma péssima visão de negócios. Não é sobre o que cada um acredita ou deixa de acreditar. É sobre tomar a melhor decisão para os seus resultados de longo prazo. A realidade macro não se adapta a nós, mas o contrário.

É importante ressaltar que em 2020 o Brasil tornou-se o primeiro país a ter um selo de Carne Carbono Neutro (CCN). A iniciativa veio de encontro a uma necessidade da Marfrig, que na região de Matopiba já produz carne carbono neutro.

Toda cadeia, contudo, deve ser beneficiada. A iniciativa é uma importante aliada no combate a crise de imagem do setor no mercado internacional causada pelo aumento das queimadas e do desmatamento. Eventos injustamente atribuídos ao agronegócio por alguns.

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Tecnologia blockchain e a certificação carbon free/carbono neutro

A essa altura você dever ter percebido que investir em sustentabilidade é um grande negócio para quem deseja permanecer relevante no futuro. Quanto antes for capaz de se adaptar a essas novas demandas de mercado, maior será o lucro e as chances de consolidação. Sair na frente da concorrência é sempre um ótimo negócio.

Para zerar as emissões de CO2 em sua propriedade rural são necessárias diferentes medidas, uma delas, porém, parece ser comum a todas as realidades: é preciso ter a rastreabilidade aplicada no agronegócio.

A rastreabilidade aplicada no agronegócio permite ter o máximo controle sobre o ciclo de vida do produto, acompanhando todas as suas etapas, do pasto à mesa do consumidor. Conhecer esse caminho não só contribui para que tome decisões assertivas rumo ao seu objetivo, como atestar aos compradores do mundo todo, as práticas propagadas.

A tecnologia blockchain é a melhora solução para a rastreabilidade aplicada ao agronegócio. Graças a suas características a tecnologia blockchain garante a máxima segurança no armazenamento de dados, permitindo ainda rastrear toda a trajetória de um dado, inclusive exclusão e alterações.

O comércio mundial está mudando e o agronegócio nacional precisa estar preparado para acompanhar as novas exigências e necessidades. Não deixe para depois. Entenda esse novo cenário e promova as mudanças para sair na frente da concorrência, valorizar seus produtos e ir ainda mais longe. Até a próxima!

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