A pandemia do novo coronavírus promete abrir espaço para uma crise profunda que promete abalar as estruturas do multilateralismo, a base que sustentou o mundo livre desde o término da Segunda Guerra Mundial.
Diante do cenário desafiador a globalização e a interdependência industrial são colocadas em xeque, enquanto a adoção de medidas protecionistas ganha terreno em diversos países do mundo. O objetivo é ter menor dependência do exterior em setores sensíveis.
Equipamentos, medicamentos e matérias-primas para área da saúde, bem como aqueles setores ligados a segurança nacional estão nesse barco, mas não apenas. Áreas sensíveis aos investimentos estrangeiros e a geração de empregos, também são afetadas.
O resultado é que Organização Mundial do Comércio – OMC – já registrou 166 medidas protecionistas e limitadoras do comércio adotadas por parte de seus países membros, desde a declaração da pandemia ela Organização Mundial da Saúde.
Mundo pós-Covid-19: as exportações de alimentos
Embora o setor de alimentos tenha sido menos afetado pela crescente onda protecionista, já há registros de países que proibiram as exportações de itens capazes de causar insegurança alimentar. Entre eles a Ucrânia, Rússia, Macedônia, Egito, El Salvador, Honduras, Tailândia e Indonésia.
Por outro lado, vale ressaltar, países como Argentina, China e Colômbia reduziram tarifas visando facilitar a importação de produtos considerados essenciais.
As incertezas sobre a normalização da circulação de mercadorias torna difícil prever como o comércio mundial se comportará. Parece inevitável, contudo, que em um primeiro momento as medidas protecionistas ganhem terreno.
Para o agronegócio brasileiro essa situação liga o sinal amarelo. Embora ao longo dos anos o campo tenha se tornado o sustentáculo da economia brasileira, o setor é, em certa medida, dependente das exportações. Essa relação é particularmente explicita no cultivo de soja, cultura onde 70% da produção é voltada ao mercado externo.
Não à toa, o Brasil, junto com outros grandes exportadores, como Austrália, Canadá e Cingapura, tem pressionado a OMC para que os acordos da organização sejam respeitados pelos países membros.
Ainda assim, mesmo diante da turbulência que se avizinha, o produtor nacional tem um grande trunfo na manga: hoje o Brasil é extremamente competitivo em relação aos produtos do agronegócio e contamos com uma capacidade produtiva excepcional.
Com isso, a expectativa é que sejamos capazes de atravessar o período com relativa tranquilidade e desempenho satisfatório. Mas isso não deve ser desculpa para o produtor se descuidar. É preciso investir para tornar os produtos ainda mais competitivos.
A tecnologia como aliada do agronegócio
Não será espanto se no futuro próximo cada vez mais países adotarem legislações rigorosas para a entrada de produtos alimentícios. Além das pressões dos atores internos, a segurança sanitária deve ganhar ainda mais destaque nesse debate.
Diante disso, é preciso que os produtores brasileiros contem com soluções que garantam a confiabilidade de seus produtos, agregando valor e sendo capaz de conquistar mercados externos mesmo em contexto desfavorável.
A tecnologia surge como grande aliada nesse momento, através dos sistemas de rastreabilidade que permitem ter o controle de todo o ciclo de vida dos produtos agrícolas.
Entre as opções de soluções de rastreabilidade de produtos, a tecnologia blockchain se destaca pela capacidade de registrar dados nos mais diferentes formatos, enquanto garante a segurança da informação.
Mais do que nunca, o mundo cobra resiliência daqueles que produzem. É preciso se adaptar e estar pronto aos novos desafios que devem surgir à frente. Que o agronegócio, continue a ser a força que move o Brasil para frente.
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Referência: Canal Rural – Blog
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