Vivemos um momento de transformação no agronegócio mundial. As novas tecnologias modificam a forma de produzir alimentos, levando a maior produtividade, qualidade e segurança, melhor aproveitamento dos recursos e menor uso intensivo da mão de obra.
O Agro 4.0, com suas máquinas, softwares e inovações já é uma realidade e na próxima década iremos testemunhar a chegada do Agro 5.0, com o avanço das soluções automatizadas, da inteligência artificial e internet das coisas no campo. Em breve, as próprias máquinas e sistemas serão capazes de tomar as melhores decisões, cabendo ao produtor validá-las.
No Brasil, país que irá cumprir papel cada vez mais central no fornecimento mundial de alimentos, um dos grandes entraves para a chegada do “novo agronegócio” é a falta de conectividade no meio rural. A maioria das propriedades rurais não conta com acesso a internet nas lavouras.
Até pouco tempo atrás esse parecia um desafio que levaria tempo a ser superado, exigindo vigorosos investimentos em estrutura de telecomunicação. Pesquisadores do Instituto Nacional de Telecomunicações (Intel), porém, vem desenvolvendo uma solução capaz de ter efeitos muito positivos na conectividade no campo.
Internet por luz e o futuro do agro no país
Você sabia que a luz das lâmpadas também podem transmitir o sinal da internet e permitir se conectar a web em alta velocidade? E não estamos falando apenas da tecnologia Li-Fi, mas da comunicação por luz visível.
É sobre o sistema VLC (Visible Light Comunication) que os pesquisadores do Intel vêm se debruçando, sendo essa uma das maiores apostas para acelerar a chegada da conectividade em alta velocidade – a promessa é de um desempenho superior ao 5G – nas propriedades rurais.
O sinal de internet chegaria às fazendas por meio de fibra ótica e teria sua vazão ampliada em centenas de vezes por meio de pivôs centrais de luz, por exemplo. O uso da fibra ótica para levar o sinal as propriedades se faz necessário devido ao alcance restrito da luz.
Uma vez que o sinal chegue via fibra ótica, o sistema de comunicação por luz visível se encarregaria de retransmiti-lo pela propriedade, permitindo a conexão de um grande número de equipamentos graças à alta velocidade de conexão – segundo pesquisadores, pode chegar até 1Tbs.
Assim, a nova tecnologia não apenas se adéqua as necessidades do Agro 4.0 atual, como também forneceria as condições adequadas para a chegada do Agro 5.0 e de suas “ghosts farms” – propriedades que funcionarão apenas com robôs, softwares e mecanização, sem o uso de mão de obra humana.
Os pesquisadores da Intel ressaltam que o VLC é uma tecnologia que está pronta para ser transferida para a cadeia produtiva. Hoje as pesquisas realizadas pelo instituo já visam às futuras redes de 6G, previstas para 2030.
Entre as vantagens da VLC, além da facilidade de expansão, está a maior segurança dos dados transmitidos quando em comparação ao Wi-Fi e seu uso de ondas de rádio, uma vez que os eixos de luz não atravessam paredes, contando com alcance limitado a área de uso.
A chegada da internet a luz deixa o Brasil mais próximo de suprir a necessidade de levar conectividade ao campo e assim inserir o produtor nacional nas novas formas de produzir alimentos com a aplicação intensa da tecnologia.
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