A atividade agrícola desempenhou um papel fundamental na história da humanidade. O desenvolvimento de técnicas e modos de produção no campo impactou de forma decisiva a formação do mundo como o conhecemos.
O domínio inicial do cultivo de plantas e criação de animais permitiu que as populações humanas se fixassem nos territórios e crescessem, bem como proporcionou que o tempo fosse utilizado em outras atividades diversas àquelas relacionadas à obtenção de alimentos.
Conforme novas tecnologias foram produzidas, como o motor a combustão, novas ferramentas chegaram ao campo, dando origem a agricultura 2.0. A “revolução verde” da década de 1970 abriu um novo momento com o uso intensivo de maquinários no campo e estabeleceu a agricultura 3.0.
Atualmente, vivemos a agricultura 4.0, com a chegada de tecnologias digitais integradas e conectadas que promovem a otimização de todas as etapas do processo produtivo, melhorando o monitoramento, gestão e controle. Mas as mudanças no agro estão longe de terminar…
A Agricultura 5.0: o futuro da atividade agrícola
Nem bem a agricultura 4.0 se consolidou no mundo e os especialistas já apontam para a chegada de um novo momento para o campo. O rápido desenvolvimento tecnológico aponta que em 2022 veremos o início da agricultura 5.0. Mas o que esperar dela?
Se a agricultura 4.0 se caracteriza pelo uso de soluções digitais conectadas e com certo nível de automação, a próxima etapa da atividade agrícola será marcada pelo uso de máquinas com autonomia cada vez maior nos processos produtivos.
Informação e autonomia de decisão são aspectos cada vez mais importantes para o agricultor do século XXI imerso em um mundo digital onde os dados ganham peso significativo para as empresas de todos os setores.
Hoje já existe uma série de soluções aplicadas no cultivo de lavouras e criação de animais que permitem captar dados com precisão, automatizar processos e melhorar o controle e gerenciamento.
O futuro breve, contudo, reserva novidades de grande impacto, como o maior desenvolvimento do machine learning e da inteligência artificial, que se beneficiam da conectividade e comunicação entre diferentes ferramentas.
Nesse futuro, a tomada de decisão ficará cada vez menos a cargo do agricultor, sendo responsabilidade das máquinas, que contam com a vantagem de tomar decisões estritamente racionais, sem deixar se influenciar por emoções e instintos.
Assim, o cenário esperado é de um agricultor que mais do que fazer e por a mão na massa é responsável por fiscalizar e avalizar as decisões tomadas e execuções de processos, o que exige desse profissional uma maior intimidade com as soluções tecnológicas.
É importante ressaltar que embora grandes produtores hoje já contem com muitas das soluções do Agro 4.0, a agricultura digital ainda engatinha no Brasil. Para alcançarmos o Agro 5.0 e nos mantermos competitivos no mercado internacional será preciso resolver alguns problemas estruturais.
O primeiro deles diz respeito à conectividade rural, muito aquém do que a necessário para o tamanho da transformação em rumo. Apenas uma pequena parcela das propriedades do país conta com acesso a conexão à internet.
Outro ponto importante diz respeito à capacitação da mão de obra. Embora as empresas invistam pesado na usabilidade de suas ferramentas, procurando simplificar seu uso e seja possível perceber a chegada de uma geração qualificada ao meio rural, ainda há um vazio de conhecimento em diversas regiões do país que dificultam a entrada das inovações.
Por fim, é preciso considerar que uma parcela de produtores rurais contam com uma mentalidade mais conservadora, se fechando para as novidades e preferindo confiar apenas em seus conhecimentos e instintos. Esse talvez seja um dos pontos mais difíceis de mudar no curto prazo.
Não há dúvidas que a tecnologia da informação e as soluções digitais já mudaram a atividade agrícola de forma profunda. Nos próximos anos, contudo, mais mudanças estão por vir, com ferramentas que irão permitir que o produtor viva melhor, trabalhe de forma mais profissional e com tempo para se dedicar a outras atividades.
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