EcoTrace no AgroBrasil, publicado em 27 de outubro de 2023.
Leia essa matéria em PDF.
A startup brasileira Ecohalal transformou o sistema nutricional halal ao aplicar a avançada tecnologia das criptomoedas no processo de produção, que está investindo 4 milhões de reais para incorporar a solução de rastreabilidade baseada em blockchain, inteligência artificial (IA) e visão computacional para tornar completamente o processo produtivo da proteína animal com certificação halal transparente.
O lançamento foi realizado na Ecohalal no Global Halal Brazil Business Forum 2023, no dia 24 de outubro em São Paulo, e vai apresentar o resultado na 2ª Halal Expo em novembro na Arábia Saudita – maior evento do segmento no Oriente Médio e Norte da África, que este ano tem como objetivo particular a busca por inovações e iniciativas sustentáveis para promover o crescimento do mercado.
A estreia da operação está prevista para o primeiro trimestre de 2024 com expectativas de aplicar a tecnologia no primeiro ano em 50% das exportações de frango e 80% das de bovino certificados do Brasil. A startup já nasce com parceria fechada com uma das principais certificadoras halal do País, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS).
“O Brasil possui uma forte presença no setor e ao combinarmos esta certificação, que intrinsecamente segue diretrizes ESG, com um rastreio que acompanha desde o campo até o supermercado, oferecemos uma oportunidade para as empresas ampliarem as vendas não apenas para países islâmicos, mas também para uma audiência global que valoriza a ética e a sustentabilidade, com é o caso da Geração Z. Para darmos a atenção que essa fatia de mercado merece, tomamos a decisão de abrir uma subsidiária 100% focada no segmento halal”, explica o CEO e co-fundador da Ecotrace, Flavio Redi.
A rastreabilidade não é apenas essencial para a certificação halal, mas também para uma parte integrante dela. Além do método de abate, o selo leva em consideração o bem-estar animal, manejo correto dos resíduos, condições de trabalho dignas, alimentação dos animais, embalagens e transporte.
A proposta da Ecohalal é tornar todo o processo transparente, onde as informações de cada etapa formem um elo impossível de ser apagado, permitindo que cada uma delas seja do conhecimento de todos no ecossistema, desde o produtor, passando pelo importador, até o consumidor.
Esse olhar para a inovação está alinhado a um cenário pós-COVID-19, em que as regulamentações na cadeia de abastecimento alimentar tornaram-se mais rígidas. Adicionalmente, o Instituto de Normas e Metrologia da OIC para os Países Islâmicos (SMIIC) introduziu em 2020 um padrão internacional para a gestão da cadeia halal. A startup, com rastreabilidade baseada em Blockchain, incorporou uma identificação digital única ao produto, monitorada pela Inteligência Artificial com visão computacional e agregada ao estilo IoT, garantindo assim total controle e adaptabilidade.
O desenvolvimento do mercado, que importou 200 bilhões de dólares em 2021, só foi possível, de acordo com o State of the Global Islamic Economy Report 2022, pela produção da DinarStandard e investimentos do Departamento de Economia e Turismo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Subsidiária da Ecotrace.