Quando falamos em segurança alimentar é comum pensar no conceito em relação ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade. Contudo, o conceito também pode se referir aos aspectos relacionados à inocuidade dos alimentos que asseguram a sua qualidade microbiológica, física, química e sensorial.
No último período, com o aprofundamento da globalização e avanço dos métodos de detecção, testemunhamos o aumento de barreiras não tarifárias para a importação de alimentos, em especial as barreiras técnicas, exigindo que os produtores agrícolas que desejam atender os mercados internacionais alcancem certos padrões de qualidade.
Com a pandemia de Covid-19 enfrentada em 2020, é esperado que o tema da segurança alimentar relacionada a qualidade e segurança dos alimentos, ganhe ainda mais relevância, tanto pela preocupação com o surgimento de novas doenças, como pelo fato de que muitos países ricos tendem a se “fechar” em momentos de crise para proteger seus produtores.
Vale reforçar que nesse contexto o agronegócio brasileiro enfrenta dois desafios:
- estar pronto para atender as possíveis novas exigências relacionadas à segurança alimentar;
- combater a rede desinformações interna e externa que pinta a atividade como vilã para aqueles que estão longe do campo.
Segurança alimentar: a necessidade de comprovar boas práticas
A vocação do Brasil para a produção de alimentos é conhecida. Além da extensão de nosso território, contamos com clima favorável a produção durante a maior parte do ano, bem como temos a presença de solos de alta qualidade. Mas o agronegócio brasileiro não é um sucesso apenas pelas condições naturais do país.
Desde a Revolução Verde na década de 1970, é possível perceber um intensivo investimento em inovação e conhecimento voltados a atividade agrícola. O resultado é um aumento constante da produtividade no setor. De 1976 a 2017, a produção de grãos no país, por exemplo, aumentou quase 450%, enquanto a área plantada cresceu cerca de 20% apenas.
Os esforços, porém, não vem sendo realizados apenas com foco na produtividade. O aumento da qualidade vem caminhando junto com o aumento da capacidade produtiva. Isso decorre graças às boas práticas de manejo, uso de tecnologia no campo, busca pelo aprimoramento genético, entre outros.
O agro hoje é fundamental para o crescimento do PIB
e equilíbrio da balança comercial
O mérito é de todos aqueles que o vivenciam no dia a dia, encarando sem medo os desafios e riscos da atividade – que não são poucos, pelo contrário – e buscando sempre ir mais longe.
No que tange ao comércio internacional, porém, não basta apenas ter boas práticas que garantam a segurança alimentar da produção. Os tratados comerciais, como o Mercosul, por exemplo, exigem que essa segurança seja comprovada perante as autoridades aduaneiras e sanitárias para que possam entrar no país.
Vale ressaltar que essa é uma medida plenamente justificada. A entrada não intencional de fungos, bactérias, vírus e até mesmo de novas sementes em um território ao quais estes não pertencem, podem causar enormes danos ao meio ambiente e a população local, de tal forma que a segurança alimentar dos produtos importados é questão fundamental.
A rastreabilidade está no centro dessa questão, ao registrar cada etapa do ciclo de vida do produto, sendo que sua adoção é necessária para a conquista de determinadas certificações que são exigidas para ter acesso há alguns mercados.
Hoje a tecnologia blockchain é uma das melhores opções para a rastreabilidade na produção de alimentos, conferindo segurança e confiabilidade das informações graças ao seu funcionamento que registra todo o histórico de alterações de dados, impedindo assim adulterações. (Saiba mais sobre a Tecnologia Blockchain)
Você pode saber que sua produção está dentro dos padrões exigidos de segurança alimentar, mas só isso não basta. É preciso ir além e ser capaz de comprovar aos compradores suas boas práticas e qualidade para manter as portas dos mercados externos abertas.
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